Foi assim que o primeiro-ministro se dirigiu, a determinada altura, a José Alberto Carvalho, durante a entrevista que este conduziu, esta noite, juntamente com Judite de Sousa, no canal 1 da RTP. "Dá-me licença, pá?", disse José Sócrates, indisfarçavelmente irritado, como se estivesse entre camaradas, num momento informal, e não numa entrevista televisiva, em directo, vista por milhões de portugueses.
Ao longo de toda a entrevista, vimos um primeiro-ministro a jogar à defensiva, quase sempre respondendo com perguntas, a tratar os dois jornalistas como se vivessem numa outra realidade que não esta, aos perguntar-lhes se sabiam o que era isto e aquilo, remetendo vezes sem conta quem o ouvia para o site do Ministério das Obras Públicas e até, pasme-se!, para os despachos da Agência Lusa, como se só estes tivessem credibilidade e os trabalhos dos restantes órgãos de informação não merecessem a mínima confiança.
Houve um momento em que parecia que o primeiro-ministro ia literalmente cair em cima de Judite de Sousa, tal era a irritação com que reagia às suas perguntas. Passou o tempo a tentar falar do que o seu Governo fez nos últimos quase quatro anos, como se a entrevista fosse uma espécie de balanço de mandato e não uma oportunidade para esclarecer várias as questões que estão actualmente em debate e preocupam os portugueses.
José Sócrates mostrou-se um primeiro-ministro desorientado, descontrolado e, sem dúvida, mal preparado para esta entrevista. Contudo, a sua postura - desde as expressões utilizadas, às respostas dadas aos gestos - dará, sem dúvida, boa matéria de análise para os especialistas em comportamento humano.
O anúncio irritavamente profundamente porque não conseguia perceber que raio de mensagem pretendia transmitir. Tanto a forma como o conteúdo me pareciam totalmente despropositados para publicitar um serviço de notícias e, talvez por isso, não me tenha apercebido dessa mensagem subrepticia contra um dos maiores valores da democracia: o direito à manifestação! A polémica que estalou em torno deste spot publicitário, transmitido amiudadas vezes na RTP, é manifestamente exagerada quando comparada com tantos outros filmes publicitários que passam nos canais de televisão e de rádio, que são publicados nos jornais e revistas e mesmo na Internet. Alguns são verdadeiros atentados a direitos constitucionais e ninguém os critica. Desta vez, só porque o Governo menosprezou a grandeza da manifestação da GGTP da semana passada, considera-se que o anúncio faz parte de uma campanha negra contra quem quer manifestar-se contra o Executivo de Sócrates.
Faltavam cerca de cinco minutos para o final da partida entre F.C. Porto e Rio Ave. Sem qualquer pré-aviso, surge no écran o símbolo do o canal 1 da RTP. O telespectador, curioso por saber como é que o jogo iria terminar, aguarda que a transmissão seja retomada. Em vão. Alguns segundos depois, inicia-se um bloco publicitário que se prolonga até ao início do Telejornal. Até lá, não há qualquer informação escrita ou esclarecimento do locutor de continuidade sobre o porquê da transmissão ter sido abruptamente interrompida e de o telespectador ter sido impedido de ver o final da partida. Nem sequer um simples pedido de desculpas. É a RTP e o seu serviço público no seu melhor!
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