Olhe atentamente para o rosto deste jovem. Chamava-se Tim Kretschmer e tinha 17 anos. Nesta foto aparenta ser um jovem normal, calmo, feliz com a vida. Tim gostava de se divertir com jogos violentos na internet e o pai levou-o algumas vezes a uma carreira de tiro para praticar a pontaria.
Hoje de manhã, sem ninguém saber o porquê, Tim vestiu-se com um camuflado negro, muniu-se de uma arma que os pais guardavam no quarto e com a qual já tinha praticado tiro algumas vezes e dirigiu-se à sua antiga escola, a secundária de Albertville, perto de Estugarda, na Alemanha. Ali matou nove alunos e três professores. Na fuga matou mais três pessoas e após uma troca de tiros com a polícia, acabou por suicidar-se.
Casos como este têm-se multiplicado, principalmente nos Estados Unidos e na própria Alemanha, sem que alguém consiga explicá-los. O que levará pessoas tão jovens a matar indiscriminadamente? E a suicidarem-se em seguida? Estarão os jovens a perder a confiança no futuro?
São duas notícias publicadas na edição de hoje do diário 24 horas. Como quase sempre acontece com este tipo de notícias (infelizmente), não têm qualquer destaque, merecem umas míseras meia dúzia de linhas e estão inseridas em páginas ímpares. Mas nem por isso deixam de ser importantes, ou melhor, preocupantes. Comentários para quê? Leiam e façam os vossos próprios juízos:
"AFEGANISTÃO - Família abre ventre à filha
Uma adolescente afegã foi hospitalizada em estado grave depois de a mãe e do irmão lhe terem aberto o ventre para retirar o feto de cinco meses que carregava na sequência de uma violação. A jovem tentou esconder o seu estado, mas ao ser desconberta a família quis «lavar a honra»"
"PAPUA NOVA GUINÉ - Jovem queimada por adultério
Uma adolescente foi presa a um tronco completamente despida e, posteriormente, queimada viva na Papua-Nova Guiné, um país onde as mulheres acusadas de adultério ou ter sida são assassinadas em rituais de magia negra. Testemunhas explicaram que a jovem foi amarrada com os olhos vendados e amordaçada, antes de ser borrifada com gasolina e queimada"
Quase todos os dias me cruzo com ele nas carruagens do Metropolitano de Lisboa. Deve ser rapaz para os seus 30 anos. Cabelo e barba pretos, mal-aparados. Na mão direita, a bengala branca. Ao peito, a lata na qual recolhe as esmolas que lhe dão, que depois guarda nos bolsos das calças de ganga. Com a gaita de beiços faz soar músicas com as quais tenta amolecer os corações mais duros.
Quase todos os dias me cruzo com este jovem invisual nas carruagens do Metropolitano de Lisboa. E quase todos os dias, independentemente do número e do valor das moedas que lhe dão oiço, os seus improprérios contra tudo e contra todos. As suas ofensas são de tal ordem que, por várias vezes, assisti a troca de galhardetes entre ele e alguns dos outros passageiros do Metro. Houve mesmo alturas em que, por pouco, não chegavam a vias de facto.
Quase todos os dias me cruzo com ele nas carruagens do Metropolitano de Lisboa. Nunca lhe dei uma esmola. Não sei se alguma vez lhe darei. Como muitas outras pessoas, não estou para ser insultada por alguém que não sabe reconhecer o bem que lhe fazem. Revoltado, sim, mas mal-criado, não!
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