Pressinto que este vai ser um verão escaldante! E não estou a falar da temperatura atmosférica, mas sim dos debates políticos acesos, dos casos de polícia e de justiça, das jogadas futebolísticas e afins. Pressinto que este verão não haverá lugar a silly season, aquele período do ano tão temido pelos jornalistas, em que têm que dar voltas e voltas à cabeça para descobrir notícias, em que a maioria dos telefonemas começa com um "Desculpe, mas estou de férias, não sei de nada". Este verão, pressinto que vai ser fértil em notícias...
Este ano, quando estiver na praia, tenha cuidado, muito cuidado!, especialmente se é do género Zézé Camarinha e gosta de deitar o olho (e mais qualquer coisa) àquela beldade estendida na toalha ao lado. É que este verão, vai haver elementos da investigação criminal da PSP e da GNR a andar nas praias à civil, podendo mesmo andarem... em fato-de-banho! Imagine só. Está o leitor descansadinho na praia, a admirar a paisagem humana e descobre que, afinal, está perante um elemento policial no cumprimento das suas funções. Tenha cuidado, muito cuidado!, ou pode acabar detido por assédio à autoridade.
Numa altura em que tanto se questiona o trabalho dos jornalistas e em que muitos profissionais se questionam, recomendo a (re)leitura deste belíssimo livro de Juan Luis Cebrián, um dos melhores jornalistas do nosso tempo e actualmente administrador-delegado do grupo espanhol Prisa. Este exemplar foi-me oferecido no início de carreira e releio-o de tempos a tempos.
Quique Flores terá hoje aberto a porta de saída do clube da Luz, depois de a equipa ter perdido em casa frente à Académica de Coimbra. O treinador espanhol há muito que se queixava publicamente que os jogadores não rendiam o suficiente. Vejam só a reacção dele quando os jornalistas lhe perguntaram se ainda há hipóteses de o Benfica ser campeão nacional esta época:
O Curso Livre de Medicina Legal na Universidade Portucalense - Infante D. Henrique está a superar as minhas expectativas pela positiva. as comunicações têm sido muito interessantes e ricas do ponto de vista formativo e informativo, os oradores são dos melhores peritos em cada uma das diversas áreas em estudo (patologia forense, antropologia forense, odontologia forense, psicologia forense, etc., etc., etc.). Recomendo vivamente a frequência deste curso a todos os que estão ligados à área do direito, da segurança, estudantes de medicina, enfermagem ou de direito e, claro, também a jornalistas.
Nós, profissionais da comunicação social, lidamos quase diariamente com notícias ligadas ao crime/ciência forense e muitas vezes manifestamente um quase total desconhecimento sobre o assunto de que estamos a tratar. Por falta de informações, por não sabermos onde procurar essas informações, por falta de acompanhamento nas redacções por parte dos colegas mais velho, por vezes, por falta de tempo, e, às vezes, perpetuam-se erros decorrentes dessa ignorância que não se compaginam com um jornalismo que ser deseja informativo/formativo e rigoroso.
Nestes dois dias de curso - em que se tratou de ossos e dentes, crimes sexuais, disfunções sexuais, doenças sexualmente transmissíveis, métodos de identificação de cadáveres, autópsias médico-legais e morte súbita - já consegui entender melhor alguns conceitos que utilizo na escrita de alguns dos meus trabalhos, mas cuja definição científica não estava completa ou estava deturpada, percebo melhor os passos que são dados desde a descoberta de uma vítima de crime até à chegada do processo em tribunal e por que razão há casos que demoram mais tempo a serem investigados do que outros, etc. Saio daqui mais rica em termos humanos e em termos profissionais, sem dúvida!
Luís Castro é um dos melhor jornalistas portugueses. Neste blogue, que pode ser consultado em http://cheiroapolvora.blogs.pt, pode acompanhar alguns dos seus trabalhos, as notícias do dia-a-dia e das actividades da "Missão Infinita", a ONG que criou.
A proliferação de blogues na Internet e o impacto que muitas vezes a informação que divulgam têm não só na vida do cidadão comum, mas também nas instituições políticas, económicas e cívicas, colocam cada vez mais em debate o papel dos jornalistas e dos bloguistas na era da informação. Será que caminhamos para uma estádio em que os blogues atingirão uma tal qualidade e eficiência que os chamados meios de comunicação social passarão a ser dispensáveis? Qual o papel reservado para os jornalistas nesta nova era? O jornalista norte-americano Frank McGuire considera que o futuro não será obrigatoriamente construído pelos jornalistas, precisamente devido às diversas ferramentas tecnológicas que permitem a cada um de nós produzir informação (?) e divulgá-la a um sem número de pessoas. Como designar estes novos meios é o desafio lançado por Mark Brings no seu blogue - http://www.journalism20.com/blog/
Rebecca Blood, em "O Livro de Bolso do Weblogue", dedica um subcapítulo precisamente à temática dos weblogues e o jornalismo. Tal como a autora, também considero que jornalistas e bloguistas têm objectivos e obrigações diferentes e, por isso, nenhum irá anular o outro. Ambos terão que se ir adaptando e moldando aos novos tempos, mas sempre tendo presentes a sua função original. "... os relatos de notícias consistem na entrevista de testemunhas oculares e de especialistas, na confirmação dos factos, na escrita de uma representação original do assunto, uma revisão editorial: o jornalist afaz a sua pesquisa e escreve a sua história e o editor assegura-se de que essa está em conformidade com os requisitos. Cada passo está pensado para criar um produto consistente, conforme aos padrões da agência noticiosa. Os weblogues não faze nada disto", diz Rebecca Blood e eu concordo inteiramente com ela!
Só hoje tive oportunidade de ler a entrevista de Pedro Santana Lopes à revista Pública, em que ele confirma o seu desejo de regressar à liderança da Câmara Municipal de Lisboa, de onde, aliás, segundo o próprio, nunca deveria ter saído. Santana Lopes sempre foi ambicioso. Muito ambicioso e o poder atrai-o de sobremaneira. Ninguém acredita, por isso, que a sua ida para o Governo, em 2004, se tenha devido apenas ao facto de o partido "nunca o perdoar" se não aceitasse substituir Durão Barroso no cargo. Ele próprio admite, na entrevista, que estaria a "prejudicar-se para sempre" caso recusasse o convite.
A ambição de Santana é tal que o próprio só admite exercer mais algum cargo político se for "para tentar estar dois mandatos em Lisboa" e que, desta vez, "nada, mas nada, mas nada" o fará abandonar a Câmara antes de cumprir os dois mandatos. Esquecer-se-á Santana Lopes que a voz do povo é soberana e só os eleitores lhe permitirão, em última instância, cumprir os dois mandatos? Que fará caso, nas segundas eleições, não for o escolhido? Tomará a governação da Câmara à força?
Se, repito, se for eleito, espero que não tente manobrar a imprensa como o fez anteriormente e que se rodeia de uma equipa de assessores melhor preparada. Guardo religiosamente uma carta de uma das suas chefes de gabinete a propósito de um comentário meu publicado no Jornal de Notícias. Trata-se de uma verdadeira relíquia, acreditem! A minha primeira reação foi rir. Depois, foi a de pena para com aquela. Cheguei mesmo a ter vontade de aconselhá-la a voltar à escola para (re)aprender a escrever português e a tirar um curso de assessoria, onde lhe ensinariam, entre outras coisas, que em política está-se mais exposto à crítica e há que ter algum poder de encaixe e não cair na tentação de enviar cartas a jornalistas por tudo e por nada. Sob pena de se cair no ridículo!
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