Foi assim que o primeiro-ministro se dirigiu, a determinada altura, a José Alberto Carvalho, durante a entrevista que este conduziu, esta noite, juntamente com Judite de Sousa, no canal 1 da RTP. "Dá-me licença, pá?", disse José Sócrates, indisfarçavelmente irritado, como se estivesse entre camaradas, num momento informal, e não numa entrevista televisiva, em directo, vista por milhões de portugueses.
Ao longo de toda a entrevista, vimos um primeiro-ministro a jogar à defensiva, quase sempre respondendo com perguntas, a tratar os dois jornalistas como se vivessem numa outra realidade que não esta, aos perguntar-lhes se sabiam o que era isto e aquilo, remetendo vezes sem conta quem o ouvia para o site do Ministério das Obras Públicas e até, pasme-se!, para os despachos da Agência Lusa, como se só estes tivessem credibilidade e os trabalhos dos restantes órgãos de informação não merecessem a mínima confiança.
Houve um momento em que parecia que o primeiro-ministro ia literalmente cair em cima de Judite de Sousa, tal era a irritação com que reagia às suas perguntas. Passou o tempo a tentar falar do que o seu Governo fez nos últimos quase quatro anos, como se a entrevista fosse uma espécie de balanço de mandato e não uma oportunidade para esclarecer várias as questões que estão actualmente em debate e preocupam os portugueses.
José Sócrates mostrou-se um primeiro-ministro desorientado, descontrolado e, sem dúvida, mal preparado para esta entrevista. Contudo, a sua postura - desde as expressões utilizadas, às respostas dadas aos gestos - dará, sem dúvida, boa matéria de análise para os especialistas em comportamento humano.
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