Almoçar num qualquer centro comercial de Lisboa é uma autêntica odisseia, sobretudo se arriscamos dar alimento ao estômago na chamada hora de pico, leia-se, entre a uma e as duas da tarde. Já não basta termos que estar na fila à espera que a senhora da frente se decida por um rissol ou um croquete para acompanhar a sopa ou pelo cavalheiro que não sabe se prefere uma costeleta de novilho com batata frita ou um bacalhau com todos, é preciso, depois, andar numa autêntica gincana à procura de uma mesa livre onde poisar o tabuleiro. E, aqui, começa o verdadeiro busilis da questão. Nos centros comerciais encontra-se de tudo. Desde o casal que demora uma eternidade a beber o café enquanto discute assuntos domésticos e não desocupa a mesa apesar do nosso olhar fulminante, até ao grupo de colegas que apesar de já ter terminado a refeição há três horas, continua a falar mal do chefe, da secretária, da telefonista e da mulher da limpeza. E o nosso almoço a arrefecer no tabuleiro. Ultimamente tenho verificado que se espalha perigosamente um outro episódio: o da marcação de mesas. Ainda há dias, num conhecidíssimo centro comercial desta nossa cidade, deparei-me com quatro mesas marcadas. Estava num daqueles dias sem paciência, mas ainda tive a delicadeza de perguntar a um engravatinho se podia sentar-me para almoçar. Resposta pronta: "Está reservada para um colega nosso que está ali naquela fila"! Foi o suficiente para me virar (ainda) mais do avesso. Disse-lhe das boas e bonitas e vendo que eu não desarmava, um outro colega lá me deu "autorização" para sentar e almoçar, não fosse eu chamar o segurança, a polícia ou, quem sabe?, o próprio ministro da Justiça. Enfim! Não há mesmo almoços fáceis.
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