Abril de Abril
Era um Abril de amigo
Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo
Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo
Abril de Abril.
Era um Abril na praça
Abril de massas
era um Abril na rua
Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava
Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril
Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se
Abril palavra
esse Abril em que
Abril se libertava.
Era um Abril de clava
Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
(Manuel Alegre - 1981)
Desde há cerca de três anos que me tornei adepta das declarações electrónicas do IRS. Têm campos pré-preenchidos e evitam que tenhamos de estar horas infindáveis nas filas das repartições de finanças, à espera que algum funcionário mal-disposto nos atenda, confira a papelada e esclareça as dúvidas de última hora. Só que uma medida positiva como esta, tem também os seus espinhos. Com as constantes alterações ao Código do IRS e os modelos das declarações, começo a pensar se o melhor não é mesmo ser atendida por um funcionário público, mesmo que antipático. É que o choque tecnológico parece ainda não ter chegado à Direcção-Geral das Constribuições e Impostos. As instruções nem sempre são claras e não abarcam todos os campos presentes nas declarações. Se o contribuinte quiser esclarecer qualquer dúvida, é-lhe totalmente impossível através dos meios disponibilizados no site da DGCI. No dia 2 de Abril enviei um e-mail a este serviço, ao qual, até hoje, ainda não tive resposta. Telefonar para a Linha de Atendimento é também mentira. Seja de manhã, à hora de almoço ou à tarde, a mensagem que ouvimos é sempre a mesma: "Devido ao elevado volume de tráfego que neste momento estamos a receber, não nos será possível atendê-lo em tempo útil" e a chamada é desligada. E eu, contribuinte cumpridora dos meus deveres, pergunto: sendo este o Governo do choque tecnológico, como é possíverl que uma semana depois a DGCI não me tenha respondido a um e-mail e não seja possível esclarecer uma dúvida através da Linha de Atendimento? Quem será o responsável caso eu não consiga entregar a minha declaração electrónica a tempo?
Há mais de dois meses, que a Estradas de Portugal colocou postos SOS na variante à Estrada Nacional 10 (IC 2), que liga Moscavide a Santa Iria de Azóia. Dez anos depois de construída esta via rápida, alguém se lembrou finalmente que faltavam os ditos postos, só que, mais de dois meses após a sua instalação, ainda não estão operacionais. Cobertos ainda com sacos pretos, parecem estar à espera de uma qualquer cerimónia de inauguração, quem sabe talvez com a presença do primeiro-ministro que, a cerca de um ano das eleições legislativas, anda já numa roda-viva pelo país a lançar projectos e a inaugurar obras. Enquanto isso, os utentes daquela via (muitos dos quais são condutores de pesados de mercadorias) continuarão à espera que alguém active os ditos postos SOS, tendo que recorrer os seus telemóveis pessoais sempre que necessitarem de assistência.
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