Um dos principais atractivos de Lisboa é o Tejo e a relação que a cidade estabelece com este. Depois de décadas de costas voltadas para o rio, aos poucos a cidade foi-se aproximando do Tejo e hoje existem várias áreas na zona ribeirinha onde podemos usufruir de agradáveis momentos de lazer. Eu, por exemplo, quando preciso de momentos de reflexão costumo estacionar o carro na zona das Docas. Dá-me paz olhar para o balançar das águas, ver os navios a navegar, as gaivotas a grasnar...
Como tenho esta visão idílica do Tejo, custa-me entender que o queiram esconder, principalmente quando se recorre a argumentos económicos. Como acontece com o projecto hoje apresentado pela Administração do Porto de Lisboa na Câmara de Lisboa e que prevê a triplicação da capacidade de armazenamento de contentores. Melhor dizendo, a construção de uma verdadeira muralha de aço que afastará o rio das pessoas. Um projecto apresentado como um facto consumado, tendo em conta que o Governo aprovou já, sem recurso a concurso público, o prolongamento da concessão à Liscont, do Grupo Mota Engil, onde é administrador um antigo ministro do PS, Jorge Coelho.
As obras de ampliação durarão (previsivelmente) seis anos, período durante o qual será interdito o acesso ao rio pela zona das Docas, o que colocará em risco o emprego de quem trabalha nos bares/discotecas/restaurantes da zona. Tendo em conta que um relatório do Tribunal de Contas, datado de Setembro de 2007, refere que a Administração do Porto de Lisboa "apresenta desafogadas capacidades instaladas e disponíveis, para fazer face a eventuais crescimentos do movimento de contentores", menos ainda se entende a razão de ser deste projecto. A não ser devido a interesses económicos.
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